sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Intimidade


No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.


                                                       José Saramago

sábado, 10 de dezembro de 2011

Desistir? Não conheço!

Quantas vezes já estivemos à beira de um precipício por causa de um misero problema, pensando que seria o fim do mundo? É verdade, faz parte de nós. Somos exagerados desde o primeiro minuto em que começámos a respirar. Mas, há também características boas do ser humano, uma delas a sua força de vontade e determinação que cada um decida a cada coisa. Claro, que, como em tudo, há excepções. Mas esquecendo as demais, no meu entender a capacidade que o ser humano tem de lutar por aquilo que quer, por aquilo que deseja, com o apoio dos verdadeiros ou mesmo contra tudo e todos é inexplicável. Nunca desistem das coisas que realmente lhes são importantes. É bom ser assim, é bom ter objetivos. Umas vezes bem sucedidos outras nem tanto, mas faz parte. Se tudo fosse fácil ninguém daria o devido valor às coisas que são realmente importantes. Certamente, que, todos nós temos objetivos ou coisas que gostávamos de poder ter ou fazer. Nada é impossível, e visto que segundo o que dizem, tudo o que conhecemos e temos para conhecer surgiu de umas micropartículas de pó e foi possível, então definitivamente que tudo será possível! O importante é acreditarmos em nós, nas nossas capacidades e nos nossos ideais e nunca ficarmos sentados à espera que as coisas nos caiam do céu, porque acredita: não vai acontecer! Mostra que és capaz de conseguir o que queres, mostra que és especial! 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cada um por si

Neste mundo há muita coisa que não entendo. Como é que há pessoas capazes de serem tão egoístas ao ponto de pensarem que só elas é que existem? Pessoas que causam estragos sem darem conta e que agem como se nada fosse. Sim, é verdade, elas existem! Pessoas que mudam de faceta como quem muda de roupa. Pessoas que nos magoam, que nos fazem sofrer e que não se preocupam minimamente com isso. Pessoas que pensam ter sempre a razão e na verdade são quem menos a tem. Exato, as pessoas esquecem-se que no mundo existem também outras pessoas, que têm sentimentos, tal como elas, e que perante certas atitudes estas saem magoadas. Certamente que muitos de nós já passaram por fases boas e menos boas na vida, mas o que é certo é que cada um de nós faz da sua vida aquilo que quer, independentemente do que o outro acha ou deixa de achar. Uma pessoa normal, no meu entender, pensa em si, como é óbvio, mas pensa também no outro. Infelizmente, nem todas as pessoas são assim, e muitas das vezes iludimo-nos com elas, na esperança de que elas pensem nem que seja só um bocadinho em nós. Grande erro. Neste mundo já estou por tudo! Pessoas que pensam que têm o rei na barriga mas que na verdade valem 0. Aprende a ignorar quem te ignora, aprende a dar menos importância a quem te menospreza, e assim ninguém fica atrás! O mundo é feito de igualdades, por isso, se querem igualdades para as coisas boas, arquem com as coisas más também! Deixou de ser "um por todos e todos por um" e passou a ser "cada um por si". 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Be yourself

Um vento calmo, uma paisagem fresca e o cheiro a maresia instalava-se no ar. Os seus longos cabelos, suavemente, levantavam voo, como lindos pássaros em pela manhã. O seu olhar esbugalhado e choroso direcionava-se para a encosta onde as ondas batiam com toda a sua força. Ao contrário das ondas, que pareciam cada vez mais fortes, ela, sentia-se destroçada e sem qualquer estímulo. O tempo passara e tudo permanecera igual. Dentro dela surgia uma mar imenso de pensamentos. Não sabia o que fazer. Quer fizesse bem ou mal, era sempre criticada. Sentia-se revoltada por tanto sofrimento acumulado, sentia-se incompreendida, sentia-se sozinha no mundo, não se sentia. Tentava encontrar as respostas às perguntas que à tanto tinham entrado na sua cabeça e que à tanto eram esperadas. Inspirava, expirava. A raiva reinava no ar. Queria estar bem com o mundo, sem ser julgada, sem ter ninguém sempre a opinar sobre o que devia ou não fazer. Queria poder dizer o que desejava, sem ter sempre alguém a repreendê-la ou a culpá-la. Queria apenas viver uma vida pacífica, queria ser feliz. Afinal de contas, estava a sofrer por culpa alheia, sem razão de ser. Estava a ser culpada por culpa alheia. Estava a ser comparada com tal personalidade alheia. A culpa era sempre do outro, mas, era ela, quem arcava com as consequências dos atos do alheio. Ela, queria tomar as suas decisões, queria errar, queria aprender, queria ser livre! Não conheceu, não sorriu, não confiou, não chorou, não lutou, não sofreu, não amou, não partilhou, não viveu, apenas sobreviveu. Foi a atriz perfeita, a fingidora-mor. Viveu uma vida que não era a dela e acabou sozinha. Sê quem realmente desejas ser, sem receios nem medos, enfrenta tudo e todos, luta por tudo aquilo que queres e vive ao máximo a vida. Não há tempo para pensar, só há tempo para viver. Sê tu próprio e dá ao mundo o melhor de ti.   

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Procura-me, se puderes

Quero pensar em algo diferente, mais inspirador, mais sonhador. As ideias fogem-me por entre os dedos, escorregando sem eu dar conta, e desaparecendo entre sons distantes. Adormeço a imaginar rios de palavras que tardam em surgir. Pego na caneta, suavemente, como se estivesse a chamar pelas palavras, uma a uma. Tenho perdido sentimento, força, vontade, não tenho pensado em nada sem nunca esquecer tudo o que aconteceu. Sinto-me vazia, sem energia e o meu pensamento cada vez está mais perto de se tornar num oásis. Estou desejosa por te voltar a ter aqui, comigo. Quando quiseres voltar, eu aqui vou estar para te receber de braços abertos. Minha querida alegria, à quanto te espero!   

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"Sonhamos que talvez um dia possamos comprar a mina de cal, quando já não a explorarem mais. Construíremos nela as nossas casas rodeadas de um enorme jardim, criaremos animais e teremos ali tudo o que é necessário para a vida. Fecharemos então o único caminho que conduz até ao fundo do nosso maravilhoso vale. Nenhum de nós sentirá, alguma vez, o desejo de voltar ao mundo exterior."

Os filhos da droga, Christiane F.